sexta-feira, 11 de maio de 2012

Parabéns, Tonico!

Hoje é o primeiro 11 de maio da minha vida que eu não posso ligar para o meu vô Antonio para dar parabéns. A sensação é mais ou menos a mesma de quando o Catanduva perdeu para o Corinthians e eu não pude ligar para ele para brincar sobre o assunto, apesar de ter até pego o telefone. Dói.

Mas isso não impede que eu pense nele o dia todo e mande, a cada segundo, mensagens de parabéns direto daqui para o céu. São Pedro colaborou, porque o céu está lindo e sem nuvens, então estou certa de que minhas mensagens vão chegar rapidinho para ele.

Vô, hoje a gente vai sair com a Vecchia para almoçar. Vamos ao shopping, um shopping bem amplo e cheio de verde em São Paulo, que ela foi outro dia com a mamãe e adorou. Ela está meio tristonha esses dias. Mas, também, pudera. Tem sido uma pedra de tão forte nos últimos 4 meses. Então a gente vai passear com ela um pouco. Eu, mamãe e tia Neime. Acho que vai ser um bom dia.

Ela está toda saidinha, a vovó. Outro dia foi até a casa da tia Neime a pé! Acredita, a pé! E nem reclamou do joelho. A Nilza ficou tão orgulhosa! E também outro dia fomos num restaurante com ela e ela, depois de umas cervejinhas, ficou toda simpática com os garçons. Muito fofa.

Estou com saudades de você, Tonico. Espero que você tenha encontrado alguém para chamar de menina e outro alguém para ouvir suas histórias loucas, que você contava até ficar rouco.

Você já sabe, mas todos nós estamos bem por aqui. No domingo a gente vai reunir a primaiada toda para comer Frango à Cavinato na casa do Tio Fote. É dia das mães, mas a homenagem é pra você. Não conta para ninguém, ta?

Deixo um texto que escrevi para o jornal quando Tonico faleceu, em 14 de janeiro. Resume bem a essência desse espanholito teimoso que a gente ama tanto:

Antonio era um grande contador de histórias. Também, em seus quase 82 anos de vida, teve tantas experiências dignas de contos, que era impossível não se hipnotizar com suas narrativas, que iam desde suas peripécias quando jovem em Catanduva, passando pelas lições que aprendeu como pai de família em São Paulo, pela atuação como especial personagem - ele sempre estava na hora certa no lugar certo - nas manifestações sindicalistas em São Bernardo do Campo nos anos 70/80, pelos passeios de Pampa até a fazenda em Arealva. Com o decorrer dos anos, orgulhoso e como ninguém, tratou de bradar as conquistas e os causos de seus filhos, noras, genros e netos. Eterno companheiro de Dona Elvide, a quem chamava carinhosamente de "menina", era um homem teimoso, decidido, forte, e, ao mesmo tempo, carinhoso, engraçado, amoroso e terno. Transmitiu seu senso de justiça para todos os seus quatro filhos, Antonio Omildo, Regina Célia, Neime Angélica e Carlos Alberto. Fez seu gosto pelo Palmeiras contagiar (quase) todos os seus netos. Passou sua preferência pela casa cheia e mesa farta para toda a família. Só não deixaremos passar o amor que cultivamos por ele e a saudade que teremos dele para sempre.

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