segunda-feira, 23 de abril de 2012

Só sei que nada sei

E aí que eu agora resolvi digitalizar todas as pastas e textos e, basicamente, tudo que não é livro da minha época de faculdade. Por enquanto, dos dois bacharelados. Depois vou decidir se farei o mesmo com as coisas do mestrado.

Achei que meus armários poderiam ter uso melhor. E, cá entre nós, achei também que, depois de quase 6 anos sem abrir toda aquela papelada, ela poderia muito bem ser substituída por um par ou um trio de DVD-R, e passar a ocupar uma parte de uma gaveta, ao invés de todas as prateleiras superiores de todos os quartos da casa (secretamente, estou esperando do fundo do meu coração de que esta sutil mudança vai convencer Marido a fazer o mesmo com as coisas dele. Isso sim seria uma reviravolta na casa!).

Pouca gente entende, mas fazer arrumação me faz bem. Parece que organiza a alma. Uma gaveta bagunçada me tira do sério. Quer dizer, não me faz surtar, mas algo dentro de mim parece que não está bem. Sempre fui assim. E, como opostos se atraem, needless to say que Marido é totalmente o inverso. Mas ele tem o sistema de organização dele, e tenho que respeitá-lo (ele, não necessariamente o sistema...).

Mas não comecei a escrever aqui para falar dos benefícios de ter uma casa com menos papel, mais espaço, menos ácaros, traças e menos cheiro de naftalina. Escrevo porque, se considerarmos minhas anotações de aula, cheguei à conclusão de que minha educação formal superior foi bem mais superficial do que eu havia imaginado. Não me refiro nem à qualidade do ensino, que isso daria pano para muitas outras mangas. Estou me referindo à minha vagabundice.

No primeiro ano, todas as minhas anotações estão perfeitamente em ordem, fazem sentido. No segundo ano, começam a proliferar os xerox de cadernos, as anotações sem cronologia, os textos que não casam entre si. Parei agora de organizar no terceiro ano. Acho que foi o ápice do desleixo. E pior - vocês lembram da empresária oficial da Francisca, né? Então, antes de entrar no ramo do show-biz, ela fez faculdade comigo. 

Pasmei, de verdade, quando vi que tenho um monte de xerox de aulas que ela foi e eu não fui. Pessoal, isso não é possível. Eu é que sempre ia às aulas. Ela é que sempre estava em milhões de outros grupos de pesquisa, trabalhando que nem louca. Tem alguma coisa errada com a minha percepção do mundo.

After all, eu fazia 2 faculdades ao mesmo tempo, mas parece que as fiz de forma medíocre. E é muito triste constatar isso depois de tanto tempo. Quisera eu ter tido esse lampejo uns anos antes, a tempo de corrigir esse rumo e, quem sabe, hoje saber um pouco mais da vida. E seguir mais conselhos da empresária da Francisca, essa sim que sabe das coisas.

Aí que agora eu, que sempre fui a defensora de que dá, sim, para fazer - bem - dois cursos universitários ao mesmo tempo (se um deles não for medicina, por supuesto, ou então algum desses cursos que te fazem ficar na faculdade em período integral até o terceiro ano, ignorando que, no Brasil, não podemos "só" fazer faculdade, mas temos que trabalhar também - this is not Harvard, babe), agora estou revendo meus conceitos.

Aliás, quais conceitos? Estou mais é vendo algo que devia parecer óbvio para um monte de gente, menos para mim. Dura constatação para uma segunda-feira.

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